segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Existência de Deus

Existência de Deus.

Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou:

- Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?

O crente fiel respondeu:

- Grande senhor, conheço a existência de nosso Pai Celeste pelos sinais dele.

- Como assim? - indagou o chefe, admirado.

O servo humilde explicou-se:

- Quando o senhor recebe uma carta de uma pessoa ausente, como reconhece quem escreveu?

- Pela letra.

- Quando o senhor recebe uma jóia, como é que se informa quanto ao autor dela?

- Pela marca do ourives.

O empregado sorriu e acrescentou:

- Quando ouve passos de animais, em redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?

- Pelos rastros - respondeu o chefe, surpreendido. Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso:

- Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não pode ser dos homens! Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também.

Autor: MEIMEI

Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Da obra: Pai Nosso


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Tudo é para o bem.

Tudo é para o bem.

Havia um homem judeu de nome Mahum, que significa Também. Chamavam-no assim porque para tudo o que lhe acontecesse, por pior que fosse, ele afirmava, com toda convicção: Isto também é para o bem!
Se a chuva lhe destroçasse o jardim ou a enxurrada lhe destruísse o labor da horta, repetia sempre: Isto também é para o bem.
E, sem titubear, colocava-se no trabalho de reconstrução do jardim e da horta.
Se a enfermidade o alcançasse, falava: Isto também é para o bem. Medicava-se e aguardava a recomposição das forças físicas, retornando ao labor incessante.
Certa noite, Mahum precisou se deslocar até à cidade vizinha.
Preparou seu burrico, que lhe seria o meio de transporte, o galo que funcionava como seu relógio e despertador, e uma lamparina para que lhe iluminasse o caminho.
Ela deveria servir, inclusive, para que, antes de repousar no seio da floresta que deveria atravessar, pudesse se deter na leitura das escrituras.
Noite alta e ele no coração da floresta. De repente, o óleo da lamparina derramou e ela se apagou. Ele ficou às escuras. Inesperadamente, o galo começou a passar mal e morreu. Não demorou muito e foi o burrico.
O pobre homem ficou sozinho, na escuridão da floresta, em meio a ruídos estranhos e assustadores.
Mesmo assim, afirmou sem medo: Tudo o que Deus faz é para o bem.
Acomodou-se como pôde e dormiu.
No dia seguinte, o sol o veio despertar, vencendo a fechada copa das árvores. Ele prosseguiu viagem a pé. Quando, muitas horas depois, chegou à cidade, seus conhecidos o olharam com espanto.
Todos pareciam estar vendo um fantasma. Por fim, lhe perguntaram:
Como pode você estar vivo? Soubemos que, ontem à noite, foram despachados soldados romanos à floresta, com o intuito de matá-lo!
Foi então que Mahum explicou tudo que havia acontecido, concluindo: Se minha lamparina não tivesse apagado, o galo e o burrico morrido, com certeza estaria morto. Pois o clarão da lamparina, o zurrar do burrico e o cacarejar do galo denunciariam o local onde me encontrava.
Bem posso continuar a dizer: "Tudo o que Deus faz é para o bem."
* * *
Quando a tormenta se faz mais violenta e as dores se tornam mais acerbas, é o momento de se ponderar porque elas nos atingem.
O bom senso nos dirá sempre que razões poderosas existem, assentadas no ontem remoto ou no passado recente, porque a Divina Providência tudo estabelece no momento próprio e na medida exata.
Deus é sempre a sabedoria suprema e a justiça perfeita, atendendo as mínimas necessidades dos Seus filhos, no objetivo maior do progresso e da redenção.


Redação do Momento Espírita com base em texto do Correio Fraterno do ABC, de maio/1998.